‘Espaço d’OBra’ transforma ‘Confiança’ em pólo cultural



Um “pólo central de cultura urbana” em Braga é o que pro-põem Rui Pedro Rodrigues, Miguel Carvalho, Raul Pereira e Leonardo Carvalho, autores de uma das quatro ideias vencedoras do concurso lançada pela Câmara de Braga para a requalificação da antiga Fábrica Confiança. ‘Espaço d’OBra’ é a designação do programa de revitalização do imóvel ocupado durante mais de um século pela famosa saboaria e perfumaria.

O plano funcional proposto em ‘Espaço d’OBra’ apresenta três grandes áreas de uso.
A primeira, baptizada de ‘Plano d’OBra’, servirá para acolher espaços de criação, em regime de ‘coworking’ e serviços partilhados, complementar ao projecto ‘GeNeRation’ que a Câmara de Braga está a executar no ex-quartel da GNR, no Campo da Vinha.

‘Mão d’OBra’ é o nome do espaço pensado para acolher oficinas de experimentação em áreas tão diversas como a música, artes plásticas, cerâmica, artes gráficas, carpintaria ou foto-grafia.
A terceira grande área a considerar nesta proposta de requalificação da Fábrica Confiança é a ‘Prova d’OBra’, onde cabem os espaços O1 e O2, de “experimentação e confrontação com o público”; palcos informais para música, teatro e artes performativas; e o ‘OBramarket’ e ‘OBrasabor’, locais de venda dos produtivos concebidos no projectado centro de cultura urbana.
Os autores do projecto ‘Espaço d’OBra’ sugerem, ainda, o aproveitamento da área envolvente da Fábrica Confiança para actividades de lazer. Um ‘skape-parque’, parques infantis originais, hortas urbanas experimentais e paisagismo com produção alimentar são ideias apresentadas.


Área envolvente não é de qualidade

A proposta acolhida pela Câmara no âmbito do concurso de ideias aponta a “inexistência de espaç os verdes de qualidade na proximidade” do edifício ‘Confiança’.

Os mentores de ‘Espaço d’OBra’ constatam que “existe actualmente uma clara falta de espaços exteriores naturais de usufruto público no concelho de Braga”, pelo que a intervenção na antiga fábrica da Rua Nova de Santa Cruz pode inverter essa tendência, “se for aproveitada a extensa área exterior existente a Norte” .

“Poder-se-à criar aqui um pequeno oásis”, defendem os quatro, constatando que “os arruanentos envolventes não são minimanente convidativos à permanência do peão”.

Na justificação da ideia ‘Espaço d’OBra’ é referido que a Rua Nova de Santa Cruz, apesar de “bastante maltratada do ponto de vista urbanístico”, possui “uma vibrante actividade humana que há que aproveitar”.

Investimento inicial superior a quatro milhões de euros

O plano de negócios do projecto ‘Espaço d’OBra’ estima um investimento de 4 milhões e 363 mil euros para as obras de requalificação da antiga Fábrica Confiança. Os custos de funcionamento do possível centro de cultura urbana estão calculados em 116 500 euros anuais, a que se somam cerca de 40 mil para manutenção.

De acordo com os cálculos feitos por Rui Pedro Rodrigues, Miguel Carvalho, Raul Pereira e Leonardo Carvalho, as receitas da futura estrutura aproximar-se-ão dos 217 mil euros, o que significaria um saldo anual positivo de cerca de 60 mil euros.

A estrutura de receitas do ‘Espaço d’OBra’ assenta em arrendamentos ‘low cost’ ( 5 euros m2) e na criação de uma mini-estação de produção de energia fotovoltaica.

A produção energética visaria atingir o objectivo ZEB ( Zero Energy Building) no empreendimento proposto para as degradadas e desocupadas instalações fabris da Rua Nova de Santa Cruz.

06-08-2012 - Correio do Minho

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