S. João inspirou pequenos e graúdos



Na edição de ontem do jornal Correio do Minho já foram destacados os três vencedores do Concurso de Quadras de S. João, bem como as quadras seleccionadas. Hoje aqui ficam, como prometido, os vencedores, que receberam os prémios durante o festival de música ‘O S. João da Antena Minho e do Correio do Minho’, que se realizou, no passado sábado, na Avenida Central.

Isabel Fernandes recebeu com “muita surpresa” a notícia de que tinha sido a justa vencedora do concurso, retomado há três anos pelo jornal. “Vi a publicidade ao concurso no jornal e decidi participar pela primeira vez”, lembrou aquela bracarense, bem antes de subir ao palco para receber o prémio prometido: um frigorífico, oferta da loja Cidadela Electrónica.

“Gosto muito de escrever, apesar de fazer quadras só quando tenho algum motivo”, confessou Isabel Fernandes.

Para escrever a quadra vencedora, esta participante inspirou-se na cidade que tanto gosta, na festa do S. João, que sempre apreciou e participou desde pequena, e no facto de Braga ser a Capital Europeia da Juventude. “Temos que ter orgulho em tudo isso”, rematou.

O segundo prémio, uma máquina de lavar roupa, foi entregue, também no passado sábado, ao jardim de infância Quinta das Hortas, na freguesia da Sé.

A coordenadora daquela instituição, Ana Maria Mesquita, foi receber o prémio, das mãos do proprietário da Cidadela Electrónica, que também abraçou este projecto “de corpo e alma”.
“Quando vi a promoção do concurso no jornal surgiu logo a ideia de participar, até porque os prémios eram todos muito aliciantes e úteis. Não custava nada e havia sempre a possibilidade de ganhar”, lembrou aquela responsável. Nas instalações do jardim de infância há várias zonas com material que é preciso ser lavado com regularidade. “Temos a casinha com a roupa das bonecas, a área das trapalhadas, onde os mais pequenos se vestem e fantasiam, temos também as roupas do desfile da Braga Romana e das marchas de Santo António e tudo isso é preciso ser lavado”, justificou a coordenadora. Por isso, os mais peque- nos, entre os três e os cinco anos, arregaçaram as mangas e lá contribuíram p ara o concurso. “Trabalhámos nas três salas do jardim a temática e fomos apanhando tudo o que eles foram dizendo sobre o assunto. Depois foi só juntar as peças e fazer quatro quadras para enviar para o Correio do Minho”, informou Ana Maria Mesquita, que não estava “mesmo nada à espera” de ganhar o prémio. “Fiquei muito satisfeita e foi uma oportunidade excelente de arranjar o que precisamos e podem ter a certeza que vai ser muito útil”.

A Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos do Vale D’Este, em Celeirós, foi a terceira classificada neste concurso de quadras. Angelina Silva, animadora sociocultural daquela instituição foi, na companhia do presidente e de quatro internos da casa, receber o prémio: um micro-ondas. “Foi a primeira vez que participámos no concurso e correu bem”, desabafou a animadora sociocultural, lembrando que viu o anúncio do concurso no jornal e decidiu lançar o desafio aos utentes. “Todos ade- riram muito bem, inspirando-se no S. João e no que eles ouviam e cantavam na noitada da festa”, frisou aquela responsável, destacando algumas das tradições que foram recordadas na preparação das quadras.

A associação participou com mais de 15 quadras e Angelina Silva admitiu que “valeu a pena mais pelo simbolismo e pelas recordações dos tempos antigos do que propriamente por terem ganho um prémio”. A animadora sociocultural foi mais longe: “é uma iniciativa fantástica e ao participar conseguimos mais convívio e mais interacção entre os utentes da instituição”.

A associação conta com 15 pessoas nos lar e 22 no centro de dia. Quatro dos internos não perderam a oportunidade e também foram à festa, que se realizou no passado sábado. Maria Rita Lobo, Joaquina Barbosa, Rosa Pimenta e Fernando Pimenta estavam “orgulhosos” do resultado do trabalho. “Foi muito bom recordar os tempos antigos”, desabafaram os vencedores. “Em vez de vir para o pagode, vinha com o meu pai vender as vacas no S. João, a festa passava ao lado”, atirou Maria Rita Lobo. Logo Joaquina Barbosa lembrou que foi servir quando tinha 10 anos, mas quando era mais pequena vinha à cidade ver o Carro das Ervas.

27-06-2012 - Correio do Minho

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