‘Corrida Vital’ é para repetir

O sucesso em que se transformou a ‘I Corrida Vital’, que se realizou, durante a manhã de ontem no centro da cidade, leva os responsáveis do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) a admitirem que a segunda edição “é desejável e concretizável”.


O NEMUM desafiou a comunidade a participar e a comunidade respondeu à altura. Mais de 330 pessoas participaram na corrida de atletismo e dezenas de cidadãos aproveitaram para realizar inúmeros rastreios à saúde, de forma gratuita. Muitos deles não ficaram, ainda, indiferentes à história de vida da pequena Sara (ver texto página ao lado) e deram uma ajuda para a compra de uma nova cadeira de rodas.

“Este evento superou as nossas expectativas e teve como principal objectivo aproximar o nosso núcleo de estudantes à população, assim como incutir hábitos saudáveis”, explicou Alberto Silva, um dos responsáveis do núcleo de estudantes.

Porquê através de uma corrida? “A corrida motiva a competição, o espírito de querer algo mais e é isso que caracteriza também o nosso núcleo. Achámos por bem realizar este evento e este ano está associado ao IV Minho Medical Meeting que teve como tema ‘Medicina Desportiva’, daí faria todo o sentido promover um evento desta magnitude e deste âmbito para promover dessa forma a saúde da população”, justificou Alberto Silva.
Depois de “tanto trabalho e tantas horas para realizar este evento a segunda edição é desejável e concretizável”, desafiou.

Muitos atletas federados participaram na prova. “Tivemos 330 inscrições, mas ainda foram efectuadas inscrições de última hora”, referiu.
Na tenda do Regimento de Cavalaria n.º 6 (RC6), um dos co-organizadores desta iniciativa, realizaram-se inúmeros rastreios gratuitos, à glicemia, ao perímetro abdominal, peso e colesterol, bem como foram transmitidos hábitos de vida saudável e alguns conselhos de alimentação e nutrição.

O comandante do RC6, coronel de cavalaria Jocelino Rodrigues, salientou o papel da instituição ao “exercer cidadania todos os dias”. E foi mais longe: “somos cidadãos e sempre que a sociedade social e as instituições solicitem, dentro das nossas capacidades estamos aqui para apoiar”.


Sobre a organização da ‘I Corrida Vital’ do núcleo de estudantes, o coronel de cavalaria admitiu tratar-sede “uma iniciativa de louvar”. E justificou: “o distrito não tem muitas iniciativas em termos de atletismo. Nós iniciámos ano passado a Corrida S. Silvestre, que também vamos realizar este ano e abraçámos mais este projecto de co-organização e ajuda com a Universidade do Minho, com quem o próprio Exército tem protocolo no âmbito dos cursos de liderança. Estamos com tendas, som e atletas que estão a treinar para o campeonato da Brigada de Intervenção. Estamos aqui de corpo e alma”, assegurou.

Para realizar a ‘I Corrida Vital’, o NEMUM contou com o apoio, para além do RC6, da Câmara Municipal de Braga, da reitoria da Universidade do Minho, PSP, Inatel e Associação de Atletismo de Braga. A corrida teve como ponto de partida a Avenida Central e os participantes percorreram 5.2Km.
Esta iniciativa surgiu inserida no IV Minho Medical Meeting, que decorreu sexta-feira e sábado passados. Este congresso científico, direccionado a estudantes das áreas das Ciências da Saúde de pré-e pós-graduação, foi dedicado à ‘Medicina Desportiva’, um tema actual que tem servido de pretexto para várias investigações.

Vamos dar uma cadeira à Sara

Desde a primeira hora, o Regimento de Cavalaria n.º 6 (RC6) apoia “incondicionalmente” a campanha de solidariedade para conseguir uma nova cadeira de rodas para a pequena Sara. E, ontem, como co-organizador da ‘I Corrida Vital’, o RC6 não perdeu a oportunidade de apelar à solidariedade de todos. “Estamos aqui de corpo e alma, sobretudo, pela Sara, a ver se conseguimos até ao Natal dar um presente extraordinário e especial a esta menina que necessita de mais mobilidade”, sublinhou o comandante do RC6, coronel de cavalaria Jocelino Rodrigues.


Sara é uma menina com 13 anos de idade, portadora de Paralisia Cerebral e frequenta a EB.2,3 Prof. Amaro Arantes do Agrupamento de Escolas de Moure, Vila Verde. Decorrente de problemas neurológicos associados à Paralisia Cerebral, Sara não tem autonomia em termos motores e de mobilidade. A cadeira de rodas que usa, emprestada gentilmente pela DREN, para se deslocar na escola está a ficar pequena, causando desconforto e má postura.

Após a análise de técnicos especializados foi possível encontrar uma cadeira de rodas adequada à pequena Sara só que essa cadeira custa aproximadamente 20 mil euros. Então os grupos de Educação Especial e de Educação Física, com a colaboração de todo o agrupamento de escolas, arregaçaram as mangas e estão a desenvolver uma campanha de sensibilização para a recolha de tampinhas e latas de refrigerantes.

“O agrupamento de escolas pediu ajuda para o transporte mas, de imediato, o RC6 arranjou quatro toneladas de recicláveis. Eu próprio tentarei sensibilizar através de uma carta as instituições mais poderosas da região a ver se conseguimos até ao Natal ter dinheiro para a cadeira”, garantiu o comandante do RC6.

“O RC6 tem dado muito apoio em iniciativas e no transporte das tampinhas para a Braval e já foram entregues quatro camiões do Exército na empresa”, lembrou a responsável do agrupamento, Anabela Soares. Entregar a cadeira à Sara até ao Natal “era muito bom”, atirou aquela responsável, admitindo, no entanto, que “vai ser muito difícil só se aparecer alguém com o coração do tamanho do mundo”.

17-10-2011 - Correio do Minho

Sem comentários:

Enviar um comentário