A Feira do Livro de Braga, que decorre até hoje no Parque de Exposições, dedicou o dia de ontem à Literatura Galaico-Minhota. O dia, abrilhantado pela famosa cantora galega Uxía, serviu de ‘rampa de lançamento’ da obra ‘Ayes de mi país’ - uma edição crítica do primeiro e até agora inédito Cancioneiro de Música Popular Galega.
Para além do lançamento da-quele cancioneiro, compilado por Marcial Valladares no século XIX e da autoria de José Pico Orjais e Isabel Sanmartin, o dia da Literatura Galaico-Minhota foi também aproveitado para a apresentação de vários escritores galegos, rumo a um maior estreitamento relacional entre galegos e bracarenses.
Depois de terem contactado com o arquivo pessoal de Marcial Valladares, os autores do cancioneiro, também músicos e professores, viram logo o seu potencial literário.
“Este é o primeiro cancioneiro conhecido de música tradicional da Galiza”, garantiu Pico Orjais, que o começou a estudar há dez anos atrás. “Este é um acima de tudo um contributo para um melhor conhecimento do nosso folclore”.
Na opinião de Isabel Sanmartin, este cancioneiro “tem interesse para várias outras áreas, desde a musicologia, à etnomusicologia, história da música, filologia, entre outras”.
“Galego e português são praticamente a mesma língua”
“O galego e o português são praticamente a mesma língua”, referiu Miguel Corais, administrador do Parque de Exposições de Braga (PEB), salientando, todavia, a importância deste tipo de eventos “no reforço desta relação”.
Inês Rodo Montes, leitora do Centro de Estudos Galegos da Universidade do Minho, que ajudou o PEB na organização deste dia, sublinhou que “a proximidade entre galegos e portugueses assenta na língua, na intercompreensão e nos motivos históricos, quando a Galiza e o Norte de Portugal faziam parte do mesmo reino”.
A responsável indica, ainda, que no seio universitário são muitos os portugueses que optam pela aprendizagem do galego, “uns por uma questão de intercâmbio ou interesse cultural e outros porque têm em vista a Galiza como potencial local de trabalho”.
08-05-11 - Correio do Minho
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