O Braga não foi feliz no jogo com o Vitória de Setúbal. A equipa esteve a perder por 0-2 e encetou uma recuperação que só não foi total por manifesta infelicidade. Mas quando se luta e se tem uma atitude assim só dá para confiar de que melhores tempos virão.

Quer se queira ou não, o jogo de ontem assumia uma importância quase capital para o Sporting de Braga. Esta importância advinha do facto de a equipa arsenalista vir de uma derrota caseira para a Taça da Liga e ter hipotecado mais um objectivo e de, para o campeonato, se impor uma vitória para dar sequência ao resultado do Algarve e manter o objectivo do campeonato.
Para isso, Domingos Paciência procedeu a alterações na equipa. Fez regressar Vandinho e colocou, na frente de ataque, Keita e Meyong. Teoricamente, as intenções de Domingos Paciência eram boas e a prática, dos minutos iniciais, até deu para perceber que, quando o Braga aumentava de velocidade pelas alas, a equipa sadina tremia.
A isto respondia o V. Setúbal com três centrais (Collin, Ricardo Silva e Valdomiro) a que se juntava, quando defendia os dois laterais (Ney e Miguelito), jogando à frente deles um trinco e dois médios. Na frente, Manuel Fernandes deixava Pitbull e Brasão. Percebia-se que perante a forma como as pedras estavam colocadas, seria difícil ao V. Setúbal conseguir em jogo jogado aproximar-se da área do Sporting de Braga.
Na verdade é o que estava a acontecer e só mesmo num lance de bola parada é que a equipa sadina podia criar perigo. O Braga entrou bem no jogo, logo nos segundos iniciais teve uma oportunidade de abrir o activo através de Keita mas a estória do jogo iria revelar-se bem diferente daquilo que se perspectivava.
Domingos não estaria à espera que a sua equipa voltasse a revelar grandes dificuldades defensivas nos lances de bola parada. Ao minuto 17, a bola sobrevoou, de um lado para outro, a área bracarense e, o mala
io Djikiné, completamente à vontade cabe-ceou e fez no golo. Um autêntico balde de água fria para os arsenalistas.
O gelo abater-se-ia sobre o AXA quando Rodriguez tem uma autêntica fífia que Pitbull aproveita para fazer o segundo golo. Abanou a equipa do Braga mas não caiu. Os arsenalistas empurraram os sadinos para junto da sua área, mas faltava alguém que pudesse fazer a diferença já que Meyong mostrava que não estava em jogo.
Domingos Paciência fez entrar Mossoró para o lugar do apagado camaronês e o futebol do Braga torna-se muito mais pressionante. O Setúbal sente, cada vez mais, dificuldades em respirar, em alongar-se no terreno, o Braga carregava e Hélder Barbosa aos 55 minutos faz o golo e relança o jogo. Continuaram os minhotos a procurar o golo, vaga sobre vaga, o futebol ofensivo dos bracarenses empurrava o V. Setúbal que só aos 65 minutos é conseguiu chegar à baliza de Artur e sem perigo.
Só deu Braga na segunda parte, o V. Setúbal não conseguia respirar e procurava fazer anti-jogo. Era ataque sobre ataque, e tanto o cântaro vai à fonte que em alguma situação haveria de chegar o golo, e que golo! Guilherme, lançado para o jogo a substituir Miguel Garcia, arranca um pontapé cruzado fazendo o empate. Ainda faltava muito tempo, ainda havia esperança para chegar à vitória não só pela atitude de garra e querer que os jogadores do Braga demonstravam dentro de campo mas também pelo facto do V. Setúbal ter ficado reduzido a menos uma unidade por expulsão de Ney.
A vitória só não chegou para o Braga por manifesta infelicidade e porque Diego, quando não havia desacerto dos jogadores do Braga, estava sempre no caminho da bola.
Quando Benquerença apitou para o fim, o desalento dos bracarenses era evidente mas a verdade é que a forma como empurraram o adversário para próximo da sua área, a maneira como procuraram chegar ao golo, revelou que o Braga ainda está na luta.
23-01-11 - Desporto - Correio do Minho
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