S. Vicente: Chuva enregelou os romeiros


A chuva o frio e alguns períodos de granizo, esvaziaram o adro de S. Vicente durante largos períodos de ontem, dia da festa do Santo a quem as mães recorrem para proteger os seus filhos da varíola.
Além da chuva, os pequenos comerciantes queixavam-se da escassez de vendas, como era o caso de Anabela Bastos, com a tenda carregada de “moletinhos”.
“Ninguém lhes pega” - disse a vendedora de Priscos à nossa reportagem, apontando para os vários tabuleiros de moletinhos que vendia a quatro euros cada dúzia.



Também à dúzia eram vendidas as castanhas por José Vilaça, acabado de assar mais uma “fornada”, a primeira ao princípio da tarde. A dois euros a dúzia, este vendedor de Celeirós esperava aquecer os romeiros de S. Vicente ao longo da tarde, até cerca das 19 horas, momento da Missa Solene com sermão alusivo à vida e qualidades heróicas do mártir padroeiro da freguesia.

A Eucaristia solene de acção de graças culminou cinco dia de festa dinamizados pela Irmandade do Mártir S. Vicente, enriquecidas este ano com a realização de uma edição dos ‘Serões do Burgo/Tertúlias Rusgueiras’ sobre esta romaria.

Depois de um dia dedicado a confissões, no domingo, a Irmandade liderada por José Pinto, inaugurou a mostra do futuro núcleo museológico da Irmandade, alvo de uma candidatura a fundos do QREN que aguarda aprovação. O domingo incluiu uma celebração presidida por D. Jorge Ortiga, bem como a actuação da Rusga de S. Vicente, a meio da tarde. O mau tempo, com chuva, trovoada e queda de granizo empalideceu a noite da fogueira e o arraial na noite de anteontem.

Nova creche aguarda

Em S. Vicente, a Associação Vicentina espera financiamento para colocar a funcionar a nova creche, primeira fase do complexo social que inclui centro de dia, lar de idosos e apoio domiciliário. Transformada em IPSS, a Associação resulta da Conferência Vicentina fundada em 1996. João Manuel Gomes revelou à rádio Antena Minho que foram já investidos um milhão de euros no empreendimento e é necessário equipar agora a creche que só entra em funcionamento quando houver garantia de financiamento pela Segurança Social.

A Associação Vicentina possui também um Gabinete de Apoio Social aberto a toda a população, na antiga sede da APPC, e mantém um programa regular de mantimentos e vestuário para as famílias mais carenciadas. Em média, mensalmente, a Associação Vicentina apoia mais de uma centena de famílias. Esta distribuição e apoio familiar são sustentados por uma equipa de doze voluntários que todos os meses visitam estas famílias.

Berço de campeões

Um berço de campeões é com se pode definir o Grupo Desportivo do Bairro da Misericórdia, dotado de sede e um novo relvado sintético que partilha com o Soarense.
Fundado em 1959, por Pedro Freitas Costa, o clube é dirigido há três anos por António Fontes, um associado que já dedicou 43 anos à direcção da colectividade que se dedicou ao xadrez e à pesca. Hoje mantém nove equipas no futebol (desde petizes a veteranos, sem seniores) que movimentam mais de 200 jovens, bem como uma poderosa - e única no concelho de Braga - secção de Ténis de Mesa, com mais de 40 atletas.

António Gomes Fontes destaca o apoio da junta de freguesia, da câmara municipal (nas inscrições dos jogadores) e de dois patrocinadores, porque a quota de 130 associados e receitas do bar são uma gota no oceano.
António Fontes espera ver resolvido o problema da rega do piso do campo de futebol e está satisfeito com o percurso desportivo dos seus atletas, num clube onde não há dinheiro para ninguém.

Isso não o impede de ter sido campeão ibérico de xadrez e sido coroado no futebol sénior em 1995 e 1985, como campeão, bem como uma ida à Taça de Portugal. Os títulos dos mais jovens vão para os juniores em 1989 e 1987.
Em termos desportivos há que mencionar o Soarense, fundado em 1926, colectividade que já teve ciclismo mas ainda mantém uma equipa sénior de futebol e outra de atletismo em veteranos.

Com a transferência do Campo das Camélias (despesas pagas pelo município) para o campo do Bairro da Misericórdia, aumentaram as despesas com aluguer de campo para treinos e jogos. O Soarense possui 350 sócios e 23 atletas que, nos primeiros sete jogos tiveram uma competitividade boa que tem vindo a ser prejudicada nos últimos jogos por arbitragens infelizes, conforme declarou José Carlos Pereira, chefe do Departamento de futebol.

2013-01-23 - Correio do Minho

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