Escola Secundária Carlos Amarante: A qualidade de sempre mesmo com mais alunos




Com o aumento do número de turmas no ensino diurno, a Escola Secundária Carlos Amarante conquistou, este ano lectivo, 1650 alunos e a tendência é para aumentar. Mas a qualidade e os bons resultados continuam a ser a ‘imagem de marca’ da escola, que também é referência no ensino nocturno. A directora, Hortense dos Santos, evidencia, por isso, a vasta oferta educativa e os quase 260 alunos que ingressaram este ano no ensino superior.



Depois da escola ter sido requalificada, a distribuição das turmas acabou por ser facilitada, possibilitando também o aumentou de alunos. E a tendência é para aumentar a ter em conta que ainda se estão a efectuar matrículas, nomeadamente no 10.º e 11.º anos. O aumento do número de alunos deve-se, também, à abertura de mais duas turmas no 3.º ciclo. “Ano passado tínhamos uma turma do 7.º ano e, este ano, temos três turmas no 7.º ano e uma no 8.º ano”, informou a directora, evidenciando as 69 turmas que foram constituídas, só no ensino diurno.


Com mais espaço e salas disponíveis foi possível colocar todas as turmas a ter aulas de manhã. “As aulas começam às 8.20 horas, libertando assim mais tempo, à tarde, para outras actividades”, frisou Hortense dos Santos, referindo que à quarta-feira à tarde não há aulas, sendo possível desenvolver-se actividades extra-curriculares e aulas de apoio.
E este apoio ao estudo é uma das grandes apostas da escola. “Os alunos têm direito e os professores estão disponíveis ao longo de todo o ano”, assegurou a responsável, vincando a importância que a escola dá a essa vertente.

Outro grupo que conta com “muito apoio” são os alunos com necessidades educativas especiais. “Somos escola de referência de alunos com baixa visão, cegos e surdos e todos têm apoio com professores de ensino especial”, garantiu a directora, sublinhando ainda a ajuda prestada aos muitos alunos com outras necessidades educativas especiais, que obtiveram “muito sucesso”.

Hortense dos Santos mostrou-se ainda “orgulhosa” dos alunos que terminaram o 12.º ano e conseguiram ingressar no ensino superior. “Dos 286 alunos da escola que se candidataram ao ensino superior, entraram, na primeira fase, 259 alunos, tendo mais de 50 por centro ingressado na Universidade do Minho e a grande maioria na primeira opção e isso é muito bom”, confidenciou.

Muitos dos alunos da Escola Secundária Carlos Amarante continuam a optar pelo curso de Medicina. No caso das Engenharias, a directora chamou a atenção para o facto dos alunos da escola estarem a seguir a tendência actual, optando menos pela Engenharia Civil e mais pelas áreas de Mecânica e Electrónica. “Estas são as nossas áreas prioritárias e os alunos também se- guem essas tendências, já que são áreas ainda com muita procura”.

A Escola Secundária Carlos Amarante mantém todas as opções do ensino regular secundário, bem como os profissionais que lhe são característicos. Nesta vertente, continua a apostar-se nos cursos que já são “história” nesta casa como são exemplo a Mecânica, a Electrónica, o Design Industrial, a Informática de Gestão e a Mecatrónica. “Este último é muito pedido e é sempre das primeiras turmas a abrir porque são áreas prioritárias”, evidenciou.

No caso do ensino recorrente, a Secundária Carlos Amarante é escola referência, mantendo turmas com opções nas áreas Científico-Humanísticas. “Temos duas turmas, mas já há mais alunos inscritos, porque ainda podem fazer inscrições até final do ano”, informou.

No caso dos cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), a escola também aposta em áreas prioritárias. “Para além das turmas já em funcionamento vamos abrir, este ano, mais duas turmas, uma na área da Mecânica e outra de Técnico de Maquinação e Programação em CNC”, destacou a professora, salientando o facto de, entretanto, ter recebido uma informação da Direcção Regional de Educação Norte (DREN) para não avançar já com estes cursos. “Vamos aguardar nova informação, mas está tudo pronto para abrir e como são áreas com muita procura, espero que os formandos, que estão à espera há muito tempo, não acabem por desistir”.
Actividades extra-curriculares diversas

As actividades extra-curriculares continuam a ser uma componente importante para a direcção da escola. O Desporto Escolar, nomeadamente a orientação, futsal, andebol e voleibol são “modalidades com muito procura e uma referência na escola”, confirmou a professora, realçando a formação específica que é dada no caso do andebol e da orientação. Entretanto, a escola já assinou um protocolo com ABC, que permite que os alunos, inclusive de outros estabelecimentos de ensino, possam fazer formação na área nas instalações da Carlos Amarante.

Os clubes ligados às línguas também mereceram o destaque da directora, nomeadamente, o ensino do mandarim, que vai já no terceiro ano, e que só é possível com o protocolo assinado com a Universidade do Minho.
A escola demarca-se ainda na Robótica, Teatro e na preparação dos alunos para as Olimpíadas Física e Matemática. “Os alunos gostam destas áreas e é comum haver medalhas muitos vezes”, disse orgulhosa.

Hortense dos Santos quer consolidar os projectos que já existem, prometendo “abraçar” sempre novos projectos que possam surgir “desde que sejam do interesse dos alunos e do corpo docente”. Bom exemplos dessas ‘parcerias’ são a participação da escola na Braga Romana e em inúmeras iniciativas promovidas no âmbito da Capital Europeia da Juventude.

Como está “funciona muito bem”

Com cerca de 1650 alunos, só no ensino diurno, a Escola Secundária Carlos Amarante “já é um mega-agrupamento”, considerou a directora, Hortense dos Santos, que não vê vantagens neste novo modelo. Entretanto, escola vai avançar com contrato de autonomia já este ano.

“Imagino o que é juntar esta escola a outros agrupamentos, tendo em conta que têm escolas em vários locais, com quilómetros de distância. Imagino que seja complicado e não me parece que isso venha de qualquer forma a ajudar na integração e no sucesso dos alunos”, sublinhou a directora, admitindo que até vê esta agregação “como uma dificuldade e não como integração”.

Hortense dos Santos referiu que já entra em contacto “com outras escolas do ensino básico para conhecer e saber o que fazem e como estão a organizar o currículo”. Além disso, a escola já tem turmas do terceiro ciclo a funcionar e “os alunos integram-se bem e chegam de locais diferentes, quer do ensino público quer do privado”.
Perante esta realidade, Hortense dos Santos foi peremptória: “não me parece que a agregação seja necessária e penso que será muito mais difícil em termos de gestão a agregação de escolas. É muito mais rentável e útil a forma como funcionamos e funcionamos muito bem, felizmente”.

A nível pedagógico, a directora também acredita que “não se vai ganhar nada, porque vai haver um afastamento muito grande entre as pessoas”. Hortense dos Santos foi mais longe: “há um afastamento porque há práticas de funcionamento diferentes, há a própria distância física e é muito difícil juntar as pessoas e temos, por exemplo, em determinadas áreas disciplinares e agrupamentos com muitos professores, que juntando outros tantos do outro lado naturalmente não será fácil fazer esse trabalho conjunto”.

A responsável da escola secundária admitiu, no entanto, que em alguns aspectos “se possam poupar alguns recursos, mas nem sempre poupar recursos é sinónimo de melhor funcionamento e organização da escola”.

Contrato de autonomia

Com a publicação da última legislação sobre a matéria, a directora informou que a escola vai, entretanto, avançar com o contrato de autonomia ainda este ano lectivo. “É uma forma de valorizar a escola e mostrar o nosso trabalho. Temos condições, resultados, um grupo de docentes estável e avaliação. Temos todas as condições para avançar”, assegurou a representante da escola.

21-09-2012 - Correio do Minho

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