Ao encontro das mulheres de Braga

O projecto ‘Ao Encontro das Mulheres de Braga: do Pessoal ao Mediático’ do núcleo de Braga do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) servirá de mote para um novo programa a ser promovido em parceria com o jornal ‘Correio do Minho’ e a rádio ‘Antena Minho’.

O programa passará na rádio ‘Antena Minho’ às quintas-feiras, entre as 14 e as 15 horas, e o jornal ‘Correio do Minho’ desenvolverá o assunto nas edições de segunda-feira, de 15 em 15 dias.



Dar visibilidade às mulheres de Braga e sensibilizar os media para o seu papel dinamizador, capaz de impulsionar uma sociedade mais inclusiva e igualitária e reforçando assim a entrada da temática da igualdade na agenda pública e mediática são apenas alguns dos objectivos que as responsáveis do projecto ‘Ao Encontro das Mulheres de Braga: do Pessoal ao Mediático’ querem ver concretizados.

O projecto, da responsabilidade do núcleo de Braga do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), foi financiado pelo Programa Operacional do Potencial Humano (POPH).
Diana Conceição e Filipa Pereira abraçaram este projecto de corpo e alma e têm trilhado aldeias do nosso distrito à procura de histórias de vida de mulheres, “vertendo a riqueza, a genuinidade e a cor destes testemunhos”, defenderam as jovens.

O primeiro, de dez fascículos, já foi publicado. “Este primeiro trabalho foi dedicado às mulheres agricultoras, semeadoras do seu próprio destino, sempre com vontade de aprender mais”, contaram aquelas responsáveis, salientando que “a agricultura é o primeiro tema a integrar uma colecção de fascículos inteiramente dedicada aos caminhos de vida profissionais das mulheres do distrito de Braga”.

Entretanto, o fascículo ‘Ao encontro das artesãs’ já foi publicado. Mas há mais: jornalistas, médicas e enfermeiras, trabalhadoras do comércio/serviços e investigadoras também estão na lista.
A experiência de vida e a forma como são recebidas têm deixado as jovens “encantadas” com as mulheres do Minho.

Projecto conta com 10 fascículos até Agosto deste ano

“Apresentámos uma candidatura ao POPH, para financiamento de fundos sociais europeus, e vimos o nosso projecto aprovado, de Fevereiro de 2010 até Agosto deste ano”, salientaram Diana Conceição e Filipa Pereira, referindo que, ainda, contam com o apoio e contributo das câmaras municipais e de diversas associações que “servem de ponte às mulheres que fazem parte deste trabalho”.

Este projecto está a ser desenvolvido aproveitando ainda o trabalho realizado na área de estudos dos media no Centro de Estudos da Universidade do Minho.
Os fascículos, que são uma espécie de resumo do trabalho desenvolvido, são distribuídos pelas câmaras municipais, associações, juntas de freguesia e sindicatos. Além disso, existe uma plataforma on-line, onde estão a ser colocados os vídeos das entrevistas na íntegra e até curiosidades. “Queremos valorizar a participação das mulheres e este é um contributo, já que muitas vezes estão ‘escondidas’”.

Este trabalho é uma ‘continuação’ de uma obra realizada por Maria Lamas que, nos anos 40, correu o país à procura das mulheres, do modo de vida e dos sítios e raízes onde as mulheres estavam inseridas.

Por isso, este projecto “é uma tentativa de recuperar as profissões e conseguir, através da história, humanizar o outro lado, acabando por muitas pessoas se identificarem com as histórias de vida destas mulheres do Minho”. As jovens foram mais longe: “fazia todo o sentido que este trabalho se fizesse no distrito. Pretendendo-se, assim, reavivar e ultrapassar alguns estereótipos existentes sobre as mulheres minhotas, desde aquele que diz que as mulheres do Minho têm todas bigode, que têm a cara rosada ou, ainda, que todas sabem dançar o vira”.

Afirmar o valor das mulheres

Com mais de 40 anos de história, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) define-se como um movimento de opinião e intervenção pelas causas da igualdade, desenvolvimento e paz, pela emancipação das mulheres e por uma sociedade de justiça social.
O movimento, que tem delegação em Braga, afirma o valor da participação das mulheres, enquanto força social com papel próprio e insubstituível para uma nova e geral dinâmica política, social e cultural.

A delegação de Braga pretende dar visibilidade às mulheres do distrito, colmatando a sub-representação enquanto mulheres e cidadãs do distrito.
A ideia é potenciar uma plataforma alargada de reflexão capaz e amplificar a vários níveis a urgência da inclusão de uma perspectiva que valorize o papel das mulheres em todas as esferas da vida.

16-01-2012 - Correio do Minho

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