Redes sociais em debate na Escola Profissional de Braga

Quem controla as redes sociais? Quem suporta os custos da implementação destas redes? Quais são os riscos que corremos ao usar estas redes? Como mitigar esses riscos? foram algumas das questões que o professor Henrique Dinis Santos, docente e investigador do Centro Algoritmi da Universidade do Minho, tentou responder aos muitos alunos que assistiram à palestra na Escola Profissional de Braga (EPB).


Segundo o orador, como ocorria no passado em situações semelhantes, “não é a proibição e o obscurantismo que vão permitir respostas e soluções, mas sim a educação e o conhecimento”. Neste sentido, o palestrante aproveitou a presença de inúmeros jovens que aderiram a este fenómeno para discutir e reflectir sobre os méritos e perigos das redes sociais; aumentar a consciência dos riscos associados à sua utilização irresponsável; contribuir para a consciência da utilização responsável das redes sociais (e da internet, de uma forma geral) e contribuir para a valorização dos valores éticos na utilização destes recursos.

De entre os alertas e recomendações, o professor relevou que “não se deve confundir identidade real com a identidade digital e que a internet não tem fronteiras, tornando-se muito difícil às entidades competentes actuar sobre todas as formas de violação da nossa identidade”. Além disso, Henrique Dinis Santos reforçou a tese de que as redes sociais são analisáveis matematicamente pelas empresas para servir os seus próprios interesses e negócios. As redes sociais são hoje um dos negócios mais lucrativos”.

Assim sendo, o palestrante alertou os jovens e professores para um conjunto de cuidados a ter para a utilização responsável das redes sociais, designadamente, não fornecer dados pessoais desnecessários, não esquecer que os dados na internet “não são privados”, tomar cuidado com as fotografias e informações de localização, não aceitar pedidos de amizade se os conteúdos nos causam desconforto, não responder a comentários ou conteúdos ofensivos, não colocar informação sobre terceiros, etc.).

Além disso, sumariou o conjunto de riscos que as redes sociais apresentam aos seus utilizadores, tendo salientado as seguintes: facilidade de identificação dos pseudónimos, por cruzamento de dados (fora e dentro da rede), apropriação da identidade e falsas identidades, ciberbullying, difamação e mesmo chantagem, ausência de controlo efetivo da idade, (quase) ausência de moderação, espaço excelente para phishing, explorando relações de confiança, ausência de mecanismos de segurança na infra-estrutura, etc.

No entanto, o professor não deixou de pedir a todos que desfrutem das novas tecnologias e partilhem a informação, sob pena de “fazerem parte do mundo dos info-excluídos”.

29-11-2011 - Correio do Minho

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