Colheitas festivas na Quinta Pedagógica de Braga

Com a chegada do Outono, a Quinta Pedagógica de Braga organizou, ontem, uma vindima tradicional minhota e uma desfolhada, contando com a participação voluntária de 30 crianças do Jardim-de-Infância de Trandeiras, 75 alunos da escola EB1 de Real e 25 idosos do Centro Social da Paróquia de S. Lázaro.


A ‘Festa das Colheitas’, celebrada na Quinta Pedagógica desde a sua fundação, segue na 7ª edição nos meses de “grande faina agrícola e de muito trabalho”, como refere a organização da iniciativa.

“Está na altura de colher e guardar todos os alimentos possíveis para os dias duros de Inverno de pouca produção agrícola”, sublinha a organização, salientando que “antigamente, estes trabalhos eram momentos de grande aglomeração colectiva, onde não faltavam vizinhos e amigos para ajudar na sacha, na desfolhada, na malhada ou na vindima”, servindo de pretexto para “manifestações de alegria e namoricos, com danças e cantigas”.


“A entre ajuda era a base fundamental para que todas as práticas agrícolas, enquanto bem de consumo, meio de subsistência familiar e social funcionasse da melhor forma”, explica a organização da ‘Festa das Colheitas’.
Ana Cristina Fernandes, responsável pedagógica da Quinta, salienta a componente de aprendizagem que envolve a actividade. “Estamos a reviver o passado”, explica a responsável, salientando que, hoje em dia, “as máquinas tiraram a mão de obra e a importância das festas da desfolhada e da vindima”.

Procurando criar um ponto de encontro entre gerações, a organização da iniciativa reúne jovens e idosos na mesma festa, de forma a contribuir para a transmissão de valores e tradições, bem como para a partilha do passado. “Os idosos vêm reviver e, ao mesmo tempo, contar histórias dos tempos antigos”, sublinha Ana Cristina Fernandes.

A responsável aponta, ainda, a falta de conhecimentos empíricos das crianças que se dirigem à Quinta Pedagógica, revelando que, a partir do momento em que contactam com o meio rural, não esquecem essas observações.
“Em algumas escolas do meio rural, os pais continuam a trabalhar na agricultura, mas os filhos ficam em casa nos computadores ou na televisão”, conclui.

17-09-11 - Correio do Minho

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