Evitar fios ou cintos para a criança não nascer “esganada” com o cordão umbilical e não usar chaves nem beber por copos rachados, pois o bebé pode nascer com lábio cortado, são duas das muitas crenças que ainda condicionam o comportamento das grávidas portuguesas.


Maria Fátima Martins, da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, analisou os comportamentos expressos pelas grávidas dependentes de tradições e pretendeu conhecer a importância que os enfermeiros atribuem às mesmas.
No estudo ‘A Educação para a saúde e as tradições durante a gravidez’ conclui que 82% das mulheres entrevistadas modificaram os seus comportamentos durante a gravidez em função do estabelecido por determinados mitos e crenças.
Comprovou também que “os mitos e as crenças são percebidos como elementos de segurança, de protecção, de conservação, de fé e de tradição que é necessário manter”.
Maria Fátima Martins afirma que os enfermeiros, durante as consultas de vigilância pré-natal, raramente abordam a temática dos mitos, das crenças ou das tradições.
De acordo com a investigadora, distinguida recentemente pela Ordem dos Enfermeiros Portugueses com o prémio da melhor comunicação livre apresentada num congresso internacional em Malta, “esta omissão leva a que as mulheres vivam a sua gravidez num clima permanente de ansiedade, de medo ou mesmo de insegurança”
No estudo ‘A Educação para a saúde e as tradições durante a gravidez’ conclui que 82% das mulheres entrevistadas modificaram os seus comportamentos durante a gravidez em função do estabelecido por determinados mitos e crenças.
Comprovou também que “os mitos e as crenças são percebidos como elementos de segurança, de protecção, de conservação, de fé e de tradição que é necessário manter”.
Maria Fátima Martins afirma que os enfermeiros, durante as consultas de vigilância pré-natal, raramente abordam a temática dos mitos, das crenças ou das tradições.
De acordo com a investigadora, distinguida recentemente pela Ordem dos Enfermeiros Portugueses com o prémio da melhor comunicação livre apresentada num congresso internacional em Malta, “esta omissão leva a que as mulheres vivam a sua gravidez num clima permanente de ansiedade, de medo ou mesmo de insegurança”
A investigação originou o livro ‘Mitos e Crenças na Gravidez - Sabedoria e Segredos Tradicionais das Mulheres de Seis Concelhos do Distrito de Braga’, de 340 páginas, editado pela Colibri.


Muitos mitos e crenças
Não comer polvo, porque pode provocar aborto ou manchas no bebé; coser roupa vestida ou usar alfinetes pode trazer complicações à criança; evitar funerais pois o bebé pode morrer, ficar amarelo, mudo, com espírito do falecido; barriga empinada é rapaz, redonda é rapariga; cara com sardas é menino, cara limpa é menina; subir a escada com pé direito é sexo masculino, pé esquerdo é feminino; ser proibido cheirar flores, senão o bebé pode nascer com uma flor no corpo, marcas ou manchas; se a grávida não comer o que deseja, a criança pode nascer com a boca aberta ou com o cabelo “espetado”; uma mulher grávida recusar ser madrinha, pois pode provocar a morte do bebé que está na barriga ou do que vai ser baptizado; se ao amamentar deitar restos de comida ao lixo e um animal fêmea prenha os comer, a mãe pode ficar sem leite são outros mitos e crenças que desassossegam as grávidas.
Maria Fátima Martins licenciou-se em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica pela Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian, tirou o mestrado em Sociologia da Saúde e é doutoranda em Sociologia pela Universidade do Minho.
Não comer polvo, porque pode provocar aborto ou manchas no bebé; coser roupa vestida ou usar alfinetes pode trazer complicações à criança; evitar funerais pois o bebé pode morrer, ficar amarelo, mudo, com espírito do falecido; barriga empinada é rapaz, redonda é rapariga; cara com sardas é menino, cara limpa é menina; subir a escada com pé direito é sexo masculino, pé esquerdo é feminino; ser proibido cheirar flores, senão o bebé pode nascer com uma flor no corpo, marcas ou manchas; se a grávida não comer o que deseja, a criança pode nascer com a boca aberta ou com o cabelo “espetado”; uma mulher grávida recusar ser madrinha, pois pode provocar a morte do bebé que está na barriga ou do que vai ser baptizado; se ao amamentar deitar restos de comida ao lixo e um animal fêmea prenha os comer, a mãe pode ficar sem leite são outros mitos e crenças que desassossegam as grávidas.
Maria Fátima Martins licenciou-se em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica pela Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian, tirou o mestrado em Sociologia da Saúde e é doutoranda em Sociologia pela Universidade do Minho.
05-07-11 - Correio do Minho
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