‘Semana do Bacalhau’ para agradar a galegos

O movimento de transacções financeiras em Braga durante a Semana Santa é duas vezes superior ao da semana do Natal e três vezes mais que o verificado na semana das festas de S. João. É com base nesta realidade, aferida pelas próprias instituições financeiras, que a Associação Comercial de Braga (ACB) aposta na ‘Semana do Bacalhau’ como “oportunidade de cativar a repetição de viagens em outras alturas do ano”.
A ‘Semana do Bacalhau’ decorre de 16 a 23 de Abril com a adesão de 68 restaurantes, 50 dos quais do concelho de Braga.
A Galiza é um alvo prioritário desta iniciativa que pretende afirmar Braga como “cidade bacalhoeira”, já que, como sublinhou ontem o presidente da ACB, o PIB per capita na vizinha província espanhola, superior em 40,8 por cento ao da região Norte, justifica “a inteligência empresarial na construção de iniciativas orientadas a consumidores tão importantes para as nossas empresas”.

Domingos Barbosa destacou, na apresentação da ‘Semana do Bacalhau’, que mais de 50 mil galegos visitam Braga, atraídos pelas solenidades da Semana Santa, mas também “pela qualidade dos pratos de bacalhau que os restaurantes apresentam” nesta altura do ano.

No arranque oficial da ‘Semana do Bacalhau’, a 15 de Abril, estarão em Braga representantes das câmaras de comércio e indústria da Galiza e da Confederação de Empresários da Província de Pontevedra.
Hoje mesmo partem para a Galiza veículos promocionais do projecto ‘Braga: o Comércio está no Centro’, no qual se integra a ‘Semana do Bacalhau’. A operação ‘Follow me’ segue, depois, para as cidades do Porto e Aveiro.

Câmara de Braga dá os parabéns

Parceira neste projecto, a Câmara de Braga, pela voz do seu vice-presidente, Víctor Sousa, detacou a aposta da ACB no actual quadro de crise económica. “No momento que atravessamos, termos uma associação empresarial que dá estes passos diz-nos muito”, afirmou o autarca, apontando a iniciativa ‘Braga: o Comércio está no Centro’ como contributo para “potenciar a consciência cívica de que não é altura de baixar os braços”.

“Hoje somos a capital do comércio, amanhã seremos a capital do bacalhau’, vaticinou Victor Sousa, que elogiou a visão do director-geral da ACB, Abílio Vilaça, no desenho de iniciativas de promoção da cidade de Braga. Satisfeito com a adesão de restaurantes de nove concelhos do distrito de Braga, o presidente da ACB considerou também que este é o momento indicado para arriscar em iniciativas como a ‘Semana do Bacalhau’.
Domingos Barbosa constata que é o sector da restauração aquele que “ainda vai sobrevivendo razoavelmente” no actual quadro de recessão.

Receitas para uma ‘Carta Geográfica’ do fiel amigo

Cada um dos 68 restaurantes aderentes à ‘Semana do Bacalhau’ são convidados a apresentar uma receita gastronómica para a ‘Carta Geográfica do Bacalhau’, a editar nos próximos meses em português e galego.
Os estabelecimentos proporcionarão diversos pratos à base de bacalhau, uma das iguarias cada vez mais procuradas, sobretudo pelos galegos que nesta época do ano se deslocam à cidade de Braga.

Os restaurantes estarão identificados com um dístico da ‘Se- mana do Bacalhau’.
Dia 15, a Praça Velha, junto ao Arco da Porta Nova, acolhe um ‘show cooking’ de bacalhau com a participação dos chefes José Vinagre e Alexandre Costa.
Os pratos confeccionados pelos dois chefes serão, na altura, degustados pelos transeuntes e convidados, entre os quais um representante do Conselho Norueguês de Pescas.

Porque alguns estudos concluem que a gastronomia é sempre um dos três primeiros factores apontados por pessoas do mundo inteiro na escolha de um destino turístico, Albina Pinheiro, da equipa organizadora da ‘Semana do Bacalhau’, entende que ‘Braga - cidade bacalhoeira’ é uma marca com potencial turístico associado à gastronomia requintada que se encontra na nossa região”.

O presidente da ACB constata, por sua vez, que “o bacalhau é já uma motivação para que muitos turistas se desloquem expressamente a Braga”.
Com a iniciativa, a ACB e os seus parceiros pretendem também comprovar que os restaurantes conseguem “fazer a reengenharia do receituário da culinária tradicional portuguesa, integrando os novos conceitos de alimentação segura e saudável”.

06-04-11 - Correio do Minho

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