Multidão assistiu à Burrinha

O início da Procissão de Nossa Senhora da Burrinha estava marcado para as nove e meia da noite, mas uma hora antes já algumas centenas de pessoas se aglomeravam nos passeios para guardar os melhores lugares.
Junto à Igreja de São Victor, ponto de partida e epicentro desta mega-organização, Maria Amélia Costa, de Amares, observava o cortejo sentada na pequena cadeira desdobrável que trouxe de casa. “Ainda pensei em não vir, por causa da chuva, mas tive fé”, contou ao ‘CM’, justificando a sua presença na cidade dos arcebispos com o facto de “gostar muito das procissões da noite” na Semana Santa.
Um pouco mais à frente, Lurdes Marques, de S. Vicente, não se cansava de elogiar os figurantes que foram desfilando: “Está tudo muito bonito. Eles copiam a bíblia na perfeição. Até levam animais, já vi passar um anho às cavalitas”.
Há muitos anos que esta bracarense se lembra de assistir a esta procissão e destaca sobretudo a união da comunidade paroquial de S. Victor que se mobiliza para fazer deste um dos momentos mais altos da Semana Santa.
Luís e Cláudia Pires, acompanhados pela pequena Matilde de oito anos de idade, vieram de Viseu para assistir às cerimónias da Semana Santa bracarense. “Temos família em Ponte da Barca e já é habitual virmos cá passar a Páscoa. Este ano aproveitamos para vir uns dias mais cedo para ver a Semana Santa de Braga, que é muito famosa. Para já, está a valer a pena”, confessou o casal.

Chuva assustou organização

A ameaça de chuva que pairou até à hora de saída do cortejo, não afectou o ânimo e a motivação dos cerca de 1200 figurantes e convidados que participaram ontem à noite na primeira grande procissão da Semana Santa de Braga.
“Este é sempre um momento de grande tensão”, admitiu o presidente da Junta de S. Victor, entidade que divide a organização deste cortejo com a Paróquia de S. Victor.
Firmino Marques confessou ainda que durante o dia “houve receio” que a chuva não permitisse a realização da procissão, algo que já não acontece há mais de dez anos. Recorde-se que em 2000 a chuva deitou por terra todo o trabalho realizado ao não permitir a saída do cortejo.
Já o padre José Carlos, um dos párocos de S. Victor, revelou ao ‘CM’ que ao final da tarde foram muitos os pais que se manifestaram preocupados com o estado do tempo e que receavam levar os filhos ao cortejo. O certo é que tudo acabou por correr bem e pode até dizer-se que a noite esteve amena.
O pároco contou ainda que a burrinha, que neste cortejo centra em si muitas atenções por dar o nome à procissão, que levou a Senhora no dorso se chama ‘Letícia’ e este foi o terceiro ano que integrou o cortejo. E foi ‘Letícia’ que acabou por protagonizar um dos momentos mais comentados da noite, pois a meio da procissão caiu e foram necessários alguns minutos para a convencer a regressar ao cortejo.
No final, balanço positivo para mais uma edição memorável do cortejo ‘Vós Sereis o meu Povo’.

21-04-11 - Correio do Minho

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