Universidade do Minho representa país em sistema revolucionário


Está a nascer um sistema revolucionário de identificação de espécies celulares com base no exame de uma pequena porção do DNA dos organismos e a Universidade do Minho é o representante português neste projecto internacional.

Designado ‘Consórcio para o Código de Barras da Vida’, este é já o maior projecto de biodiversidade de sempre, com mais de 200 instituições de 50 países. O seu principal programa é o iBOL - International Barcode of Life, no qual Portugal é representado pela UMinho.

Este projecto pretende criar a biblioteca mundial de códigos de barras de DNA das espécies, agilizando o conhecimento taxonómico dos organismos e, desse modo, auxiliando o controlo da autenticidade de alimentos, a detecção facilitada de pragas agrícolas, o controlo rápido de produtos na chegada às alfândegas, a bioprospecção e a conservação e monitorização da biodiversidade.

“Conhecemos dois milhões de espécies, mas estima-se que haja cinco vezes mais; há um trabalho titânico por fazer”, diz Filipe Costa, do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da UMinho.

Criador dos ‘DNA barcodes’ está hoje na UMinho

O anfiteatro da Escola de Ciências da UMinho, no campus de Gualtar, Braga, recebe hoje, às 9,30 horas, a sessão pública de encerramento do projecto LUSOMARBOL — Lusitanian Marine Barcode of Life, financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia e que faz parte do iBOL.
Paul Hebert, criador do conceito ‘DNA barcodes’ e professor da Universidade de Guelph (Canadá), estreia-se em Portugal para revelar os progressos do projecto.

Gary Carvalho, coordenador do projecto europeu FishPopTrace e da Universidade de Bangor (Reino Unido), vai falar da tecnologia de sequenciação de última geração na investigação da biodiversidade marinha.

Os avanços tecnológicos vão acelerar a inventariação das plantas, animais, fungos, algas e eucariotas unicelulares, sob pena de muitas espécies se extinguirem antes mesmo de serem descobertas.

Inventariar antes da extinção

O termo ‘DNA barcode’ vem em analogia aos códigos de barras de produtos comerciais, ao traduzir num conjunto específico de caracteres a identidade de cada espécie. Prevê-se que o cidadão possa, por exemplo, colocar uma pata de insecto num equipamento e este indicar os atributos biológicos e ecológicos do organismo, de forma fácil, rápida e rigorosa. “O sistema será vital para monitorizar espécies com impacto negativo na saúde humana”, nota Filipe Costa. O investigador representa Portugal no comité científico do iBOL, entre 26 países.

28-03-2012 - Correio do Minho

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