Astronauta partilhou experiência

O maior auditório da Universidade do Minho (UMinho), o A1, foi pequeno para acolher todos quantos quiseram assistir à palestra proferida ontem à tarde por um dos mais experientes astronautas da NASA. Richard Linnehan não desiludiu e partilhou com a plateia algumas das suas experiências espaciais e fotografias pessoais das missões em que participou.


Com quatro missões realizadas e mais de 58 dias no espaço, incluindo seis actividades extra-veiculares (AEV), totalizando 42 horas e 11 minutos de spacewalks, Richard Linnehan confessou que aquilo que mais o impressionava sempre que estava no espaço era “observar o planeta Terra ao longe e constatar como era pequeno”, quando cá “tudo nos parece tão grande”.
Em declarações aos jornalistas, o astronauta afirmou que sendo a Terra um planeta faz todo o sentido apostar na cooperação.

E no caso concreto da cooperação ao nível espacial ela é tida como absolutamente necessária para se prosseguir com a exploração do espaço, sobretudo nestes tempos em que tanto se fala de constrangimentos orçamentais. “É importante que se perceba que só vamos conseguir ir a outros planetas e eventualmente colonizá-los se houver cooperação a nível mundial”, afirmou à comunicação social, revelando que Marte surge como o alvo em que as missões espaciais futuras vão apostar.

Turismo espacial é o futuro

Richard Linnehan é da opinião que as viagens espaciais (turismo espacial) serão uma realidade no futuro. Lembrou que há cinquenta anos pouca gente tinha andado de avião e que hoje é difícil encontrar quem nunca teve uma experiência de voo. O mesmo se passará no futuro, com as viagens espaciais a massificarem-se.


Em termos pessoais, o astronauta confessou que a sua missão mais complicada foi a terceira. Nesta viajou no vaivém Columbia até ao Hubble Space Telescope, mas o momento mais difícil viveu-o na primeira vez que foi ao espaço porque era uma experiência totalmente nova.
“Não sabia o que esperar e os treinos e estudos que fiz antes valeram a pena para que tudo decorresse da melhor forma”, contou.

Com a plateia do A1, Richard Linnehan partilhou também algumas curiosidades. Para quem quer saber como é a sensação de andar no espaço, ele revelou que “é vestir um fato insuflado, colocar pesos em redor do corpo, e andar assim dentro de água”. E movimentar-se num fato espacial é mais ou menos como vestir uma armadura da idade média, colocar uns patins, umas luvas de boxe e uma bola de aquário na cabeça e tentar movimentar-se para realizar tarefas triviais.

Reitor agradeceu “oportunidade” à embaixada norte-americana

Richard Linnehan foi recebido na Universidade do Minho ao mais alto nível. Foi o próprio reitor, António Cunha, quem lhe deu as boas-vindas. “É um prazer para esta universidade ter cá um homem da Ciência, habituado a rasgar caminhos do conhecimento”, afirmou António Cunha, agradecendo à Embaixada Americana “esta excelente oportunidade”.
Também a presidente da Escola de Ciências da UMinho, Estelita Vaz, afirmou: “esta escola está muito grata com esta visita”.
Foi Estelita Vaz quem apresentou o astronauta à plateia.

12-01-2012 - Correio do Minho

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