O público é o alvo de qualquer espectáculo, muito mais quando se trata de eventos que decorrem em via pública como é o caso de desportos motorizados. Nesse sentido estão a ser reunidas todas as condições para um espectáculo de “grandeza” na 32.ª edição da Rampa Internacional da Falperra. O evento desenrola-se durante o fim-de-semana, mas hoje, sexta-feira não faltam pontos de atracção para conjugar os artistas, os carros e o público.

Por isso, ao contrário do que sucedeu no ano passado, as 'máquinas' estão expostas ao longo do dia na avenida do Estádio 1.º de Maio. Até às 18.30 horas decorrem as verificações técnicas e administrativas, seguindo-se pelas 21 horas a “apresentação da Rampa” com o desfile e apresentação dos carros e pilotos. “Com esta iniciativa garantimos uma presença mais centralizada e uma aproximação da”, explicou ao 'Correio do Minho' Barbosa Ferreira, presidente do Clube Automóvel do Minho.
Depois desta apresentação aos espectadores, na avenida do Estádio 1.º de Maio, seguem para os parques de assistências. Desta vez, perante o elevado número de participantes, foram criados dois parques, um no topo do Sameiro e outro no local da partida. Convém realçar que são cerca de duas centenas de pilotos com presença confirmada na Rampa da Falperra.
Prova a contar para o Campeonato Europeu
A principal novidade, este ano, na Rampa da Falperra é o facto de contar para o Campeonato Europeu de Montanha, o mais alto nível de competição, que levou naturalmente ao aumento de inscrições. No ano passado, recorde-se, quando o regresso da Rampa da Falperra, apenas contou para a Taça de Montanha., “A diferença tem a ver com a projecção das competições, enquanto a Taça está restringida para determinados níveis de cilindrada, este pode ir acima das duas mil cilindradas, o que nos ajuda a ter carros mais potentes e com projecção maior ao nível da adesão das próprias marcas”, garantiu Barbosa Ferreira.
O presidente do Clube Automóvel do Minho, Barbosa Ferreira, não esconde a “satisfação” pelo nível da organização, essencialmente pelo 'feedback' que colhe das equipas e pilotos. “Em primeiro lugar é mais um voto de reconhecimento das instituições que nos superintendem e motivo de muita satisfação pelo voto de confiança que todos os pilotos depositam em nós. Eles são os grandes obreiros de provas deste nível, por isso foram muitos os que fizeram questão de marcar presença e nem sempre aderem às provas”, vincou Barbosa Ferreira. Para o presidente do CAM não restam dúvidas que o traçado da prova, na Falperra, é o principal motivo de destaque para a elevada participação dos pilotos.
“O traçado da Rampa da Falperra é muito técnico, a grande maioria dos pilotos já chegou e tenho falado com alguns, que transmitem o entusiasmo por participarem nesta Rampa, tratando-se de uma prova rápida e pela própria beleza do espectáculo”, referiu o responsável da organização.
Por outro lado, afiança que o facto de se tratar de uma competição pontuável para o Campeonato Europeu de Montanha foi determinante, em sinal do “trabalho feito pela organização quer no último ano como nos anos anteriores antes de ser interrompida”, asseverou.
Duas centenas de pilotos
O número de pilotos na Rampa da Falperra é superior ao ano passado. São cerca de duas centenas de participantes e 160 viaturas. Deve-se ter em linha de conta que nos troféus Challenge Desafio Único e Ford Transit Trophyt contam-se dois pilotos por viatura: Nesse contexto, contabilizam-se duas centenas, um número superior ao ano passado e 'tendo em conta o momento de crise acaba por ser um número muito positivo', realçou Barbosa Ferreira.
Cumprir avisos de segurança
O espectáculo está garantido, até pela presença em quantidade e qualidade pela parte dos pilotos de alto gabarito a nível europeu. É estimado uma 'grande moldura humana', de acordo com a organização. 'è muito importante o público cumprir as nossas indicações de segurança', vincou Barbosa Ferreira, perspectivando uma 'grande moldura humana que não há em mais lado nenhum na Europa', referiu o presidente do CAM.
Italiano Simone Faggioli é o favorito à vitória
A jornada da Rampa da Falperra, para além do Europeu de Montanha, conta para o Campeonato Europeu de Montanha Históricos, Campeonato de Portugal e de Espanha de Montanha, Troféu Ibérico de Montanha, Troféu Desafio Único e Ford Transit Trophy.
O campeão em título, o italiano Simone Faggioli surge como grande favorito, numa altura em que venceu as provas francesa e austríaca. O alemão Georg Plasa, o italiano Adriano Zerla e o francês Sebastien Petit são outros pilotos em destaque.
Na Categoria 1, referência para esloveno Ales Prek, para o austríaco Christian Schweiger e para o polaco Pawel Dytko. No Europeu de Históricos, o checo Josef Michl e o austríaco Jürgen Pachteu são os maiores favoritos na Categoria 1, enquanto na 2 esse lugar pertence aos austríacos Erwin Kurka e Max Lampelmaier, bem como ao checo Michaela Indrova.
Entre as várias classes e categorias, destaque para José António Lopez, líder depois da primeira prova do ano na Categoria 1, Victor Fernandez, primeiro do Grupo N, Miguel Hatero, que está na frente nos Históricos, ou ainda Raul Calero, que é o primeiro nos GT’s. No que diz respeito ao Campeonato de Portugal de Montanha, que arranca em Braga, Paulo Ramalho vai começar a defender o título alcançado em 2010, quer absoluto, quer na Categoria 2, o mesmo sucedendo a António Nogueira na Categoria 1 e Martine Pereira, na 3.
No Desafio Único há sempre grande incerteza no apontar de favoritos nas duas Categorias disputadas. Manuel Machado e Avelino Martins lideram o Desafio FEUP 1, enquanto Pedro Borges e João Batista estão no mesmo lugar, mas no Desafio FEUP 2. Em estreia absoluta vai estar o Ford Transit Trophy. Será sempre uma imagem diferente ver as Ford Transit cumprirem os 5100 metros do traçado minhoto. Valter Marinho e António Costa surgem em Braga ostentando a vitória na única prova disputada até agora.
Bracarenses apostam na vitória no Troféu Desafio Único
Tiago Vilela e Hugo Negrais estão de regresso ao Desafio Único, englobados na Categoria 1, desta vez para alinharem na Rampa da Falperra. Depois de um início de época atribulado, a dupla de Braga prepara-se agora para tentar rectificar essa situação apostando tudo na jornada que disputam em casa.
Como prova de montanha que é, a Rampa da Falperra tem uma exigência diferente de uma prova de circuito, mas ambos os pilotos estão preparados. “O ano passado na Falperra fizemos dos melhores tempos, e que, infelizmente por erros que não foram nossos, nos tiraram a vitória”, recorda Tiago Vilela.
Hugo Negrais vai no mesmo sentido do seu colega: “É uma prova mítica para qualquer piloto, ainda mais para nós bracarenses. O ano passado fui o piloto mais rápido em toda a prova ao nível do troféu e tenho a certeza que este ano lutarei para que isso aconteça novamente”.
20-05-11 - Correio do Minho
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