‘Caloiros’ vibraram na Latada 2011

A tradicional Latada da Universidade do Minho - um momento em que os novos alunos se apresentam às cidades de Braga e Guimarães - encheu de ‘caloiros’ e ‘doutores’ as principais ruas vimaranenses e o ambiente foi de festa durante o resto do dia e da noite. É mais uma época de recepção ao caloiro, que decorre com muitos motivos de animação até à próxima sexta-feira.


Este ano lectivo entraram, na primeira fase de acesso ao Ensino Superior, um total de 2500 alunos para a UMinho. E foram eles, ontem, os protagonistas da festa, trajados a rigor com plásticos coloridos a condizer com as cores dos cursos para os quais entraram e claro, carregando latas, dezenas de latas, para fazer jus à festa da Latada 2011 da UMinho.

Ricardo Filipe, de 18 anos, natural de ponte da Barca, era ontem um dos rostos mais felizes e um dos milhares de elementos que integraram o desfile de ‘caloiros’.

“Entrei precisamente na minha primeira opção que era a UMinho para fazer a licenciatura em Ensino Básico”, comentou em declarações à equipa de reportagem do jornal ‘Correio do Minho’.
O novo aluno referiu que a sua preferência em relação à UMinho tem que ver com o facto de os seus amigos sempre lhe terem dito que era “uma universidade espectacular”.

“Neste momento, pelo menos a contar já pela recepção que estão a fazer aos novos alunos, penso que está tudo a correr de acordo com as minhas expectativas e esta festa é muito importante para a integração destes novos alunos na vida académica, sem dúvida”.

Miguel Barros, responsável pelo departamento de eventos culturais da Associação Académica da UMinho, explica que este momento de recepção ao caloiro é, também, uma forma de os estudantes que agora ingressaram no superior conhecerem os colegas e fazerem amizades.


“As serenatas velhas de ontem tiveram uma grande adesão, quer por parte dos estudantes, quer por parte da população em geral da cidade de Guimarães e as nossas noites prometem grande divertimento durante todos os dias da recepção ao caloiro”, referiu.

Destaque para a actuação dos ‘Linda Martini’ e Miguel Rendeiro na noite de hoje e o grupo de rock ‘Xutos & Pontapés’ amanhã para findar a festa.

“Qualidade” da UM destacada pelos novos alunos

Os grupos de bombos da Universidade do Minho, designadamente, IPUM e Bomboémia, encabeçaram, ontem, o cortejo da Latada 2011, anunciando a chegada dos novos alunos à comunidade e dando-lhes as boas-vindas. Para muitos, a UMinho foi mesmo a sua primeira opção e a “qualidade” da instituição foi referida pelos ‘caloiros’.


De Santa Maria da Feira e de Gaia chegam, agora, a terras minhotas as novas alunas Ana Luísa, de 17 anos, e Carolina Castro, de 18 anos, respectivamente.

Entraram ambas para o seu curso de eleição - Engenharia Biomédica - e para a universidade que estava também no topo das suas preferências para prosseguir os estudos no Ensino Superior.
Carolina garante que a escolha do curso foi muito pensada, tendo em conta a saída profissional no mercado de trabalho.

Quanto à recepção que estão a ter até agora na academia para a qual acabam de ingressar, Ana Luísa diz, convicta, que para já, “é muito acolhedora. As pessoas - ‘os doutores’ - estão sempre muito preocupados connosco, em saber se está tudo bem. Eu acho que tem sido uma boa recepção para quem vem de novo”.

Já a tomar gosto à vida boémia dos estudantes, João Tiago, de Guardizela, Guimarães, integrava o cortejo de ‘caloiros’ exi-bindo os seus dotes musicais na manobra da concertina.


“Os ‘doutores’ souberam que tocava e disseram-me para eu trazer a concertina hoje para animar a festa”, contou, mostrando também o seu contentamento na entrada para a UMinho.

“Entrei para o curso de Engenharia Mecânica e para a universidade que queria. A área dos carros e da mecânica é uma área que sempre me fascinou”, disse. “A festa?” - “está a ser óptima”.

Associação Académica critica diminuição de apoios sociais

A diminuição dos apoios por parte do governo central ao nível da acção social foi um dos aspectos, ontem, denunciados por Luís Rodrigues, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM).


“Se já havia antes um sub-financiamento a este nível, este ano lectivo o Regulamento de Atribuição de Bolsas que entrou em vigor com a entrada do novo governo é ainda mais penalizador para os estudantes, porque passou, por exemplo, a ter em conta e a basear-se através dos rendimentos ilíquidos dos núcleos familiares dos alunos”, apontou o responsável académico.

Luís Rodrigues criticou, também, negativamente o critério do aproveitamento escolar ter passado para os 60 por cento.

Com tudo isto a somar, o presidente da AAUM considera que o que “se está, isso sim, é a contribuir para uma espécie de bolsa de mérito, mas não é esse o fim de um sistema de acção social - que deve é apoiar os alunos a prosseguir os seus estudos no Ensino Superior”.

Mais do que isso, Luís Rodrigues indica mesmo que o “insucesso escolar e o abandono escolar irão aumentar e esta é uma preocupação que o governo deve também ter em linha de conta”.

Refira-se que só no ano lectivo passado, foram 700 os alunos que acabaram por abandonar os seus estudos superiores na Universidade do Minho.

06-10-11 - Correio do Minho

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